terça-feira, 31 de janeiro de 2012

MARIA, MULHER DE MUITAS DORES !

                            
                      Maria, mulher de muitas dores!




Era o amanhecer do cristianismo!

Jesus partiu, ceifado pela brutalidade da besta humana, no holocausto infamante    

Mas, a rosa vermelha do amor do Cristo, vive sem esmaecer nos corações dos seus seguidores. 

As trilhas ermas e desoladas dos caminhos palestinos, tantas vezes percorridos por Jesus, pareciam entristecidas, pela ausência das pegadas do mestre amado!

As paisagens tantas vezes admiradas por Jesus pareciam em quietude e desolação. Ó benditos, Monte Carmelo, Monte Hermão, Monte Moab, tão amados por Jesus!
O manto escuro da noite caia sobre o mar da Galileia. 

O sono, este suave lenitivo e consolador trazia um leito de paz para os amigos de Jesus, só Maria, doce anjo desterrado, permanecia sem sono, com os olhos orvalhados de lágrimas. 

Quem pode medir a dor de um coração, apunhalado pela crueldade humana?

Maria perdera seu maior amor na Terra, e as lágrimas banhavam o rosto da santa mãe de Jesus, anjo esplendoroso baixado a Terra.   

A noite ainda teimava em impedir a vinda do amanhecer, e Maria pensava: escuridão lá fora, escuridão na minha alma!... 

Quão grande é a solidão da alma, que teve a sublime voz amada, emudecida para sempre!...E a doce Maria, com a obstinada resignação dos santos pensava: - 'Que fria tristeza rodeia a alma, quando viu apagar-se para sempre aqueles olhos amorosos que traziam a luz das estrelas, e o encanto dos jardins floridos....

Ó Deus meu, dá-me forças para viver na solidão que emurcheceu as rosas da minha alegria, e me deixou órfã de amor! '

Ainda não se havia extinguido as vibrações de sua alma torturada, quando um disco de luz dourada se abriu ante seus olhos orvalhados e, doce voz sem som eclodiu em ternura em sua alma. 

“- Amada mãe, mãe querida,  triunfamos ! Somos heróis vitoriosos ! A tortura sofrida pelo meu corpo, e tua angústia, são nossa glória, e a chave de ouro que abriu os portais dos átrios celestiais.”  

 E  a suavidade de uma mão de luz, pousou sobre a cabeça de Maria, e a voz sem som pronunciou em clarinadas de ouro e ternura: 

“- Minha voz continuará desbordando paz e amor, para meus amados, fluindo do Reino do Pai Eterno! Eu Sou o eterno amor, que como fonte dadivosa nunca cessará de consolar os meus amigos, que me aceitaram em seus corações!”

Era a mística voz do eterno amor, que do céu derramava como eflúvios de luz e ternura, como pérolas luminosas, no coração amado!

E o doce coração de Maria, sentindo o jorro daquele santo amor, balbuciou: 

-'Viverei para ele, amando, sofrendo, chorando, mesmo com o coração despedaçado, o guardarei em meu coração, como santo tesouro de amor, e farei sua vontade no divino ideal de redenção das almas!'

E doce melodia tocou as cordas de luz do sensível coração de Maria!

"- Senhor tu partistes para teu reino e eu fiquei sem ninguém,  como pássaro implume que caiu do ninho. 

Senhor, em que coração amigo, acharei  consolo, nos momentos de dor, se não estas mais comigo?

Quem  conheceu  tua alma tão linda, sol de luz imorredoura, nunca mais te esquecerá!

Jesus! Excelso Jesus! Poema de eterno amor!  És para minha alma,  doce descanso, refulgência de bondade, a razão do meu viver! "


Ismael de Almeida




Bibliografia: CUMBRES E LLANURAS. Tomo I,  Hilarião de Monte Nebo




               http://disseoanjodeluz.blogspot.com



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