Maria, mulher de muitas
dores!
Era o amanhecer do cristianismo!
Jesus partiu, ceifado pela
brutalidade da besta humana, no holocausto infamante
Mas, a rosa vermelha do amor do Cristo, vive
sem esmaecer nos corações dos seus seguidores.
As trilhas ermas e
desoladas dos caminhos palestinos, tantas vezes percorridos por Jesus, pareciam
entristecidas, pela ausência das pegadas do mestre amado!
As paisagens tantas vezes
admiradas por Jesus pareciam em quietude e desolação. Ó benditos, Monte
Carmelo, Monte Hermão, Monte Moab, tão amados por Jesus!
O manto escuro da noite caia
sobre o mar da Galileia.
O sono, este suave lenitivo
e consolador trazia um leito de paz para os amigos de Jesus, só Maria, doce
anjo desterrado, permanecia sem sono, com os olhos orvalhados de lágrimas.
Quem pode medir a dor de um
coração, apunhalado pela crueldade humana?
Maria perdera seu maior
amor na Terra, e as lágrimas banhavam o rosto da santa mãe de Jesus, anjo
esplendoroso baixado a Terra.
A noite
ainda teimava em impedir a vinda do amanhecer, e Maria pensava: escuridão lá
fora, escuridão na minha alma!...
Quão grande é a solidão da alma, que teve a
sublime voz amada, emudecida para sempre!...E a doce Maria, com a obstinada
resignação dos santos pensava: - 'Que fria tristeza rodeia a alma, quando viu
apagar-se para sempre aqueles olhos amorosos que traziam a luz das estrelas, e
o encanto dos jardins floridos....
Ó Deus meu, dá-me forças
para viver na solidão que emurcheceu as rosas da minha alegria, e me deixou órfã
de amor! '
Ainda não se havia
extinguido as vibrações de sua alma torturada, quando um disco de luz dourada
se abriu ante seus olhos orvalhados e, doce voz sem som eclodiu em ternura em
sua alma.
“- Amada mãe, mãe querida, triunfamos ! Somos heróis vitoriosos ! A tortura sofrida pelo meu corpo, e tua angústia, são
nossa glória, e a chave de ouro que abriu os portais dos átrios celestiais.”
E a
suavidade de uma mão de luz, pousou sobre a cabeça de Maria, e a voz sem som
pronunciou em clarinadas de ouro e ternura:
“- Minha voz continuará desbordando paz
e amor, para meus amados, fluindo do Reino do Pai Eterno! Eu Sou o eterno amor,
que como fonte dadivosa nunca cessará de consolar os meus amigos, que me
aceitaram em seus corações!”
Era a mística voz do eterno
amor, que do céu derramava como eflúvios de luz e ternura, como pérolas
luminosas, no coração amado!
E o doce coração de Maria, sentindo
o jorro daquele santo amor, balbuciou:
-'Viverei para ele, amando, sofrendo, chorando, mesmo com o coração
despedaçado, o guardarei em meu coração, como santo tesouro de amor, e farei
sua vontade no divino ideal de redenção das almas!'
E doce melodia tocou as
cordas de luz do sensível coração de Maria!
"- Senhor tu partistes para
teu reino e eu fiquei sem ninguém, como pássaro
implume que caiu do ninho.
Senhor, em que coração
amigo, acharei consolo, nos momentos de
dor, se não estas mais comigo?
Quem conheceu tua alma tão linda, sol de luz imorredoura, nunca
mais te esquecerá!
Jesus! Excelso Jesus! Poema
de eterno amor! És para minha alma, doce descanso, refulgência de bondade, a razão
do meu viver! "
Ismael de Almeida
Bibliografia: CUMBRES E
LLANURAS. Tomo I, Hilarião de Monte Nebo
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