terça-feira, 31 de janeiro de 2012

UMA VERDADE QUE NÃO PODE SER DITA

      
                 Uma Verdade que não pode ser dita!      




Um médico psiquiatra, de coração generoso e puro, sentia em sua alma, que assumira, antes de encarnar, o dever de servir aquelas almas que vinham purgar, numa encarnação expiatória, os excessos praticados em existências passadas. 

Seu coração ardia de amor, e o juramento de servir, feito em tempos pretéritos, estava gravado em seu coração, como uma chama de fogo que não se apagava nunca, e o concitava na forma de piedade a ajudar seus semelhantes a purgar seus desatinos do passado.

Doentes mentais eram rotulados com vocábulos expressivos, que traziam no seu bojo, significados de mazelas pretéritas desconhecidas e inexprimíveis, na simbologia dos diagnósticos médicos.

Um paciente enigmático, com distúrbios psíquicos, apresentava um quadro clínico de agressividade extrema. 

O bondoso facultativo tinha a intuição aguçada, e a vontade de servir. Por um destes 'siddhis' (*), que os servidores da humanidade possuem e que lhes permite adentrar o mundo interno das almas humanas, o psiquiatra, num flash de abstração intuitiva, teve um quadro das encarnações anteriores do seu paciente. 

Um opulento senhor de muito poder e muitas posses materiais, egoísta e insensível ao sofrimento humano que o cercava, tinha ojeriza da pobreza e a desprezada, quando se deparava com o infortúnio do seu semelhante. 

Um emaranhado de energias sutis fora criado pela insensibilidade, egoísmo, indiferença, e desdém deste orgulhoso senhor de poder, que pelos seus atos insanos engendrara um carma negativo, escuro e pesado, e que não era aceito pelo universo e carecia ser desfeito, pelo seu próprio criador.

Indiferente a pobreza e ao sofrimento do seu semelhante, esta alma humana enodoada e endividada, precisava aprender a lição do amor. Nasceu pobre num contexto de dificuldades.

O nobre médico teve um flash do passado deste ser humano trazendo um passado carregado de indiferença e desprezo. 

A situação de opulência do passado gerou uma situação de pobreza educativa. A não aceitação das vicissitudes atuais gerou a revolta íntima. E a lembrança no sub consciente de um passado faustoso, fez nascer o velho “modus vivendi”, daquela alma imprudente, e uma inveja sutil, e escondida, se manifestou em seu âmago. 

A inveja, filha abjeta da revolta, de uma situação que foi e não é mais; aquela velha alma humana, que não aceitou o carma regenerador na nova situação, de uma vida que exigia disciplina, aceitação, e reforma íntima.

O psiquiatra tudo viu e sentiu em um relance de segundos!

Estava ali estampado, no mundo íntimo de seu paciente, um passado delituoso, rotulado pela medicina como um quadro psicótico!

O médico via a imagem clara da inveja, revolta, indiferença, mesclado a angústia de uma vida difícil, mas nem tinha como dizer ao seu paciente: -' Você traz no seu âmago uma revolta sutil, que se metamorfoseia em inveja e agressividade.'

Se o dissesse o doente investiria com furor contra seu benfeitor.

O bondoso servidor da humanidade, num gesto de amor e compreensão, se calou porque a verdade nunca seria aceita pelo paciente. 

A verdade não pode ser dita, a não ser que a alma humana abrigue no seu interior aquela humildade das almas iluminadas e que aceite Deus no coração, cooperando com o universo em sua redenção!

Como dizer: - 'Você tem uma inveja sutil e desconhecida por você mesmo no seu mundo interno?'

O facultativo se calou, e procurou no receituário médico, uma solução de periferia, que é atenuar os sintomas externos, de chagas morais.

As almas devedoras não aceitam a verdade, e se for dita, investem contra seus benfeitores!

Assim foi feito com o maior médico que a humanidade já teve, o doce JESUS!


Ismael de Almeida

  (*)  SIDDHI 

Siddhi (sanscrito: सिद्धिः; siddhiḥ) é uma palavra sanscrita que literalmente significa "realização", "consecução" ou "sucesso". Também é usada como um termo para poder espiritual (ou habilidade física). O termo é usado neste sentido no Hinduísmo e no Budismo Tântrico. Estes poderes espirituais supostamente variam de formas simples de clarividência até ser apto a levitar, estar presente em vários lugares ao mesmo tempo, tornar-se tão pequeno quanto um átomo, materializar objetos, acessar a memória de vidas passadas, e mais.
Existem vários pontos de vista sobre a obtenção de Siddhis. Uma escola de pensamento estabelece que eles são um conjunto normal de ocorrências que não deveriam ser focados porque eles irão arrancá-lo do caminho. Outras perspectivas julgam que cada siddhi deveria ser aspirados porque habilitarão o indivíduo a entender o poder do Ente Supremo. Siddhis podem ocorrer de muitas maneiras: naturalmente aravés da ação do kharma, como um resultado de prática prolongada (sadhana), através de austeridades rigorosas (tapasya) ou por graça. Eles são frequentemente mencionados em conjunção com Riddhi (pl. Riddhis), que significa riqueza material ou terrena, poder, estilo de vida luxurioso, etc.


                   http://disseoanjodeluz.blogspot.com


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