MARIA, ANJO DO ETERNO AMOR !

                        Maria, Anjo do Eterno Amor!

A divina irradiação do Cristo Jesus, continuava a espargir fluxos de amor, nas margens do Mar da Galiléia, onde cada grão de areia, cada folha de arbusto, cada gramínea conservava o irresistível fluxo de pensamentos poderosos, onde multidões viam e escutavam em suprema unção o Homem Luz, que aniquilava com fogo de amor, a lepra, a cegueira, a paralisia, e suavizava corações despedaçados pelo terrível sofrimento das dores mais aniquilantes. 

Ali continuava residindo Maria, a mãe heroica, MATER ADMIRABILIS, onde o soberano amor de Jesus, o excelso homem Deus, deixou um maravilhoso resplendor de ouro e luz, que a envolvia em suaves arpejos de luz divina. 

Meio século de vida atingiu a Santa Mãe, e isto não atenuou sua beleza angelical, que não desfigurou aquele rosto angelical, de olhos sempre orvalhados, mas que trazia no coração, tesouros inesgotáveis de paz, ternura e bondade sem limites...

Ó, pensamentos!  Asas de fogo com que o Criador dotou as almas, encarceradas na matéria, este inestimável tesouro da criatura humana, que a humanidade ainda não aprendeu a usar para benefício próprio.

Sua infância feliz, ditosa entre as roseiras de Jericó, foi muito breve, pois em plena adolescência viu desfeito o ninho paterno, com a morte prematura de Ana sua mãe. Foi a primeira dor de Maria, que preparava seu doce coração para suportar as terríveis dores que viriam no futuro. 

A desolada tristeza do ninho desfeito, já ensinava a jovenzinha, a suportar os punhais de dor que ultrapassariam seu coração meigo, de nuvens sombrias na sua maturidade.

A glória de seu futuro filho, o Messias salvador de humanidades inundou sua alma pura, de melodias celestes, mas seu destino estava já gravado no éter, pois ela veio para suportar grandes martírios, e a dor esta grande, causadora de sofrimentos, já havia sinalizado Maria, para terríveis provações.   

E Maria nasceu para suportar os grandes martírios da alma... ver suas rosas de luz se desfolharem nos vendavais da maldade humana e apagar, em soluços, seu coração esfacelado, pela inaudita amargura do fel sorvido, gota a gota, em cada infortúnio sofrido.

E a doce canção de sua infância ainda ressoava em sua alma.

NAZARETH DOS PÁSSAROS AZUIS,

DE DOCE CANTAR,

NAZARETH DAS TARDES ROSADAS,

QUE INUNDAM O CORAÇÃO DE PAZ!

E quando a noite derramava fluxos de paz, Maria guardava sua cesta de lã, com os olhos marejados de lágrimas, recordava sua infância: 

Místicas pombas de luz,

Nascidas no coração,

Como gotas de fogo,

Deixa na alma torturada,

Uma tristonha oração!

E Maria orava: '- Ó, Senhor, castelo dourado onde refugio  minha solidão!

Deus de meus pais, de meu esposo, de meu filho Jesus, minha alma chora no abismo da minha dor... Ó, Pai de amor, socorre esta tua ave ferida, de asas partidas, incapaz de voar na amplidão.

Senhor! Tem piedade desta alma sofredora, e ampara no manto de Tua misericórdia e do Teu amor.

E o coração de Maria desabrochava como rosa rubra de luz-amor, e irradiava paz para todo o globo terrestre !

 Ismael de Almeida

Bibliografia: CUMBRES E LLANURAS. Hilarião de Monte Nebo.

                   http://disseoanjodeluz.blogspot.com

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